O diagnóstico precoce é fundamental para a cura.
Por isso, é importante fazer os exames preventivos e tratar lesões pré-malignas antes de virarem tumores.
O câncer ginecológico pode ser silencioso, mas também pode apresentar sintomas, como desconforto abdominal, sangramento, sensação de empachamento, náuseas, diarreias e dor na relação sexual.
CÂNCER GINECOLÓGICO
Tipos de cânceres ginecológicos
O câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente em mulheres, mas existem outros tumores que precisam de atenção.
Os cânceres ginecológicos de maior incidência são:
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Câncer do colo do útero
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Câncer de ovário
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Câncer nas trompas
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Câncer do endométrio
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Câncer da vulva
O diagnóstico correto é o primeiro passo para a cura
A verdade, dita com bondade, alivia mais do que machuca.
Sei como é impactante quando a paciente recebe o diagnóstico de um câncer ginecológico ou pélvico. Não é uma notícia fácil de absorver, principalmente porque as informações disponíveis na internet sobre a doença geralmente são assustadoras - e normalmente geram mais angústia.
Então, minha primeira missão é tranquilizar a paciente, explicar seu quadro e tirar todas as suas dúvidas. Em alguns casos, sugiro o apoio de psicólogo, psiquiatra e fisioterapeuta.
Quando o diagnóstico não é óbvio, existe a possibilidade de levarmos o caso para um "Tumor Board" composto por cirurgiões, oncologistas, radio-oncologistas, patologistas e radiologistas.
Vários dos hospitais em que atuo realizam estas reuniões semanalmente, as quais costumo acompanhar. Sempre aprender é a máxima da Medicina.
Muitas vezes, a cura está na cirurgia
Isso depende do estágio da doença no momento do diagnóstico.
A paciente deve participar da decisão terapêutica. Sua opinião e anseios devem sempre ser levados em conta e, isso posto, a decisão final da estratégia de tratamento é definida em consenso entre o cirurgião ginecologista, o oncologista e o radio-oncologista, e eventualmente o radiologista.
O primeiro passo do tratamento do câncer ginecológico geralmente é o tratamento cirúrgico, feito pelo cirurgião ginecologista.
Se for necessário, após a cirurgia a paciente ainda passa por tratamento clínico adjuvante que pode incluir quimioterapia, imunoterapia, terapias alvo (“target therapies”), hormonioterapia e radioterapia. Tais tratamento são realizados pelo médico oncologista e pelo radio-oncologista.
Em paralelo, quando há histórico familiar de múltiplos casos de câncer ou quando determinadas características são encontradas no tumor, podemos solicitar avaliação genética também.
A paciente oncológica nunca tem alta
Após finalizar o tratamento do câncer ginecológico, a paciente deve realizar o seguimento por toda a vida.
O principal objetivo do acompanhamento após o tratamento é mitigar os efeitos colaterais deste e restituir à paciente sua qualidade de vida, seus objetivos e tranquilidade.
O tratamento deve ser um caminho o mais suave possível para que, ao final da jornada, consigamos que ela volte à sua vida e rotina normais. O tratamento não deve ser pior que a doença.
O seguimento consiste em um acompanhamento médico através de consultas e exames de rotina, com a finalidade de detectar uma eventual recidiva (recorrência tumoral), que é o retorno do câncer mesmo após um tratamento bem-sucedido. Isso pode acontecer meses ou anos depois do tratamento do câncer primário. A chance de recidiva depende de fatores como localização e tipo do câncer, além das características individuais da paciente. Importante frisar que a recidiva também é passível de tratamento.
No seguimento, buscamos apoiar as questões emocionais relacionadas a este risco futuro apoiando a paciente para que seu dia-a-dia não seja impactado pela experiencia vivida durante o tratamento do câncer.
O câncer ginecológico tem cura e a melhor forma de avaliarmos o sucesso é com a restituição da alegria de viver. O maior presente que uma paciente tratada de câncer ginecológico pode oferecer ao seu médico é seguir feliz o seu caminho junto a quem lhe quer bem.