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Orgulho da minha história

Desde criança, tive na família exemplos muito nobres de virtude, caráter e ética, com os quais me identifico e os quais persigo em minha carreira médica.

Minha familia

Porque decidi pela Medicina

Minha primeira lembrança sobre o assunto vem do Jardim 2 (atual Infantil 2), quando soube pelo meu avô, que era médico, que no fundo da garganta o caminho do ar e da comida se juntavam. Foi uma revelação enorme para mim e tentei reproduzir isso em um desenho na escola. A professora ficou muito brava, me fez apagar e chamou minha mãe para conversar pois achava que eu tinha problemas emocionais. Ela não entendeu nada do desenho e quando contei a minha mãe o que era que eu queria mostrar, caímos na gargalhada.

Mas foi apenas na 6ª série, quando estudamos os sistemas do corpo humano na aula de ciências (sistema digestivo, urinário, respiratório), que o interesse na Medicina explodiu de vez. Me lembro que fiquei fascinado pela beleza e complexidade do funcionamento de nosso corpo e como tudo se ajustava tão bem. Me parecia algo impossível de dar certo e a curiosidade me levou a decidir que queria se médico.

Em paralelo a isso, tive na família desde criança, exemplos muito nobres de virtude, caráter e ética na forma da história de minha família. 

Do lado paterno, meu tataravô era médico formado pela Hahnemann Medical College of Philadelphia (Philadelphia, PA – hoje conhecida como Drexel University College of Medicine). Ao voltar ao Brasil, se fixou na região de Campinas. Devido a epidemia de febre amarela ele enviou sua família a São Paulo para protegê-los. Seu filho, meu bisavô, Octavio Pupo Nogueira, foi secretário-geral do Centro das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Algodão de São Paulo e participou da criação e organização da FIESP. Seu neto, meu avô, voltou as origens se formando médico na Faculdade de Medicina Pinheiros em 1943.

 

Meu avô, Dr. Diogo Pupo Nogueira, era um grande pesquisador e incansável acadêmico, chegando a ser vice-reitor da USP e Professor Titular depois Emérito da Faculdade de Saúde Pública da USP onde foi um dos fundadores da cátedra de Medicina do Trabalho. Viajava o mundo dando palestras e foi um dos maiores defensores do uso de equipamentos de proteção individual para prevenir doenças pulmonares causadas pelo asbesto. Foi reconhecido até pela OMS e recebeu uma medalha do Governo Brasileiro pelos seus feitos na medicina, ao lado do patrono de minha turma, o então Ministro da Saúde, Prof. Dr. Adib Domingos Jatene e outros. 

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Homenagem da Fundacentro ao meu avô Dr. Diogo Pupo Nogueira, seu Conselheiro Honorário

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Laureado em 1986 pelo Governador de São Paulo, Franco Montoro, com o “Prêmio Moinho Santista”, na categoria Ciências Biológicas, Ecológicas e da Saúde Medicina e Segurança do Trabalho, por indicação da Universidade de São Paulo.

Meu avô gostava de me encher de histórias da mitologia grega e nórdica e livros de aventura, atos de galanteria e coragem que eu lia ávido como Beau Geste, Escudeiro Heróico, Ivanhoé, Irmãos Corso, O Conde de Montecristo, Sherlock Holmes, coleções de Julio Verne, Arthur Conan Doyle, Alexandre Dumas, Jack London, Rafael Sabatini e tantos outros.

 

E sua esposa, minha avó, era a perfeição de esposa dedicada e de um conhecimento ímpar da língua portuguesa. Sempre nos obrigou a escrever e falar com clareza e erudição. Lembro de me contar a história de Demóstenes, um grande orador grego que nasceu gago e que para falar bem em público, colocava pedras na boca. Como isso me impressionou. 

De meu lado materno, a família veio da Hungria, sendo meu tataravô um dos maiores poetas da Hungria, Mádach Imre, que escreveu o poema A Tragédia Humana, “Az ember tragédiája”. Meu avô e meu bisavô eram militares. Meu bisavô, Miklós István Pál Bezegh-Huszágh foi “BUDAPEST RENDŐRFŐKAPITÁNYA” entre 1928 e 1932 e era uma pessoa influente na política. Meu avô estudou na academia militar e participou nas Olimpíadas de 1936 em Berlim na modalidade de Pentatlo Moderno.

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Após a 2ª guerra mundial reiniciaram a vida na Alemanha onde minha mãe nasceu em 1946 na cidade de Regensburg. Se fixaram em Baden Baden. Com o advento do bloqueio russo a Berlin ocidental e a iminência de uma nova guerra, meu avô novamente juntou a família para tentar sair da Europa. Junto estavam os pais de minha avó que tinham mais de 45 anos e por isso não eram aceitos para imigrar aos Estados Unidos. Optaram por América do Sul e chegaram em São Paulo em 1951.

Essa história e todas as dificuldades vividas quando aqui chegaram me foram contadas inúmeras vezes. Meu avô contava suas aventuras e desventuras na guerra, o quanto era difícil a vida naqueles tempos. Tentava mostrar o quanto ela é ruim para todos e quanto eles sofreram e superaram para refazer a vida aqui. Eu ouvia essas histórias que me mostravam como, mesmo no mais profundo horror e sofrimento, a luz ressurge e a vida consegue renascer. Elas demonstraram o quanto podemos suportar e ainda assim nos reerguermos. Acho que definiram em mim a base que sustenta minha vida médica – a perpétua luta contra a dor, sofrimento e doença, mesmo sabendo qual será o grande final. Me deram a visão quixotesca da Medicina.

Esses dois lados da minha família compuseram a minha base de identificação pessoal e os valores morais e éticos que persigo em minha carreira médica.

 

Definidos os valores pessoais e qual a luta que estava disposto a enfrentar em minha vida, o caminho mais lógico era a Medicina. Ela me dá todos os conceitos que me são caros. Querer o bem, praticar o bem, sofrer com a dor e regojizar com a alegria da cura, saber que lutamos a boa luta mesmo cientes de que o fim é conhecido. Amar as pessoas sem exigir reciprocidade. Abnegação e doação.

 

Minha história na Medicina

Fiz o maternal no Externato Morumbi. Estudei no Colégio Visconde de Porto Seguro desde o Jardim 2 até o 3º colegial. Fui lutar para enfrentar o vestibular mais difícil do país, a FUVEST. Consegui entrar na Faculdade de Medicina da USP, onde meu avô e outros membros mais distantes da família já haviam se formado. Enchi meus avós de orgulho e me emocionei com eles.

Os anos de estudo foram tranquilos e festivos. O curso de Medicina dura 6 anos, sendo os dois primeiros de cadeiras básicas como neurofisiologia, bioquímica, histologia e anatomia. Depois são dois anos de clínica onde estudamos as doenças e aprendemos a “ler” os sinais do corpo. E então os dois últimos são o internato, realizado dentro do Hospital da Clínicas, onde recebemos pacientes pela primeira vez para cuidarmos sob a assistência de um residente e um professor.

Me formei em dezembro de 1995 tendo para nosso enorme orgulho o Ministro da Saúde, Prof Dr Adib Domingos Jatene, como nosso Patrono. Dele recebi meu “canudo”, meu diploma de graduação.

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Logo em seguida prestei concurso para a residência médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e passei em 2º lugar para Ginecologia e Obstetrícia. Não era a minha opção inicial pois na graduação me preparei para ser neurocirurgião. Mas um dia tive uma conversa muito interessante com um professor da neuro que me fez a seguinte afirmação e em seguida colocou uma pergunta. “Sabe que existem dois tipos de médicos, os médicos da vida e os médicos da morte. Em qual deles você se encaixa?”.

A pergunta me derrubou. Fiquei pensando sobre como queria lidar com meus pacientes, que tipo de medicina queria para minha vida dentro de minha visão pessoal de realização. Não demorei muito a definir – quero ser médico da vida. E aí me defini pela ginecologia e obstetrícia quase instantaneamente. 

Nela temos o objetivo de cuidar do Ser maior que traz a vida ao mundo, a mulher. O grande portal da vida pois através dela e apenas dela uma criança pode chegar ao mundo. E temos a obstetrícia que é a área médica que conduz esse momento da concepção ao parto.

Além disso, na ginecologia temos várias áreas de grande interesse como a questão dos ciclos hormonais, as doenças benignas e malignas nas quais atuamos e curamos. Ela me proporciona todas as esferas do que me realiza pessoalmente.

Encontrei nela minha razão de ser e existir.

Não é fácil conseguir se encontrar na vida e muitos sofrem por isso. Eu agradeço imensamente minha família e seus ensinamentos, meus professores e amigos, que me ensinaram, acompanharam e me ajudaram a encontrar meu norte perfeito. Creio que consegui nesta mensagem expressar quem eu sou hoje e o porque das escolhas que fiz. 

Busco ser um ginecologista, obstetra e mastologista completo pois cada um destes aspectos é um desafio e um complemento um do outro. Em minha visão o médico que opta por cuidar da mulher deve, obrigatoriamente, vê-la como um todo e não por partes. A Mulher é muito complexa para ser tratada por parte. Cada parte interfere no todo e somente a visão do todo permite tratar adequadamente cada parte.

Por isso dediquei minha carreira a ser um especialista múltiplo com formação e titulação em Ginecologia e Obstetrícia e em Mastologia. Com certificado de atuação em Cirurgias Minimamente Invasivas e Robótica.

Por isso me mantenho ativo nas comunidades científicas de ponta do conhecimento médico em cada uma das áreas que atuo, como Câncer Ginecológico, Endometriose, Mastologia, Obstetrícia, Doenças Uterinas Benignas e tantas outras.

Minha mente inquieta e sempre ansiosa por novos desafios agradece. 

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